Fórum de Coordenadores de Cursos de AU foi realizado em Curitiba
20 de dezembro de 2016 |
Com o objetivo de debater questões relativas ao ensino e à formação dos novos profissionais, principalmente sobre a qualidade das graduações oferecidas, a Comissão de Ensino e Formação (CEF) do CAU/PR promoveu o V Fórum de Coordenadores de Cursos de AU do Paraná.
Ministrada pelo conselheiro e coordenador da CEF-CAU/BR, José Roberto Geraldine Junior, a palestra “Tendências nacionais dos cursos de AU” abriu o evento, que foi realizado na semana passada, na Casa Miguel Pereira – a nova sede do CAU/PR. “Esse Fórum proporcionado pela CEF-CAU/PR gera uma troca de experiências muito importante entre os cursos de Arquitetura e Urbanismo do estado e ainda leva informações atualizadas do Conselho e de discussões nacionais sobre políticas públicas para o ensino, de diretrizes curriculares e do que está sendo feito em outras regiões do país. É um Fórum já consolidado e que concentra todas essas possibilidades”, destacou Geraldine.
O palestrante explicou aos coordenadores que todos os cursos de Arquitetura e Urbanismo do Brasil precisam ser registrados no SICCAU, uma condição prevista na Lei Federal nº 12.378/2010, que criou o CAU e regulamentou a profissão no país. “Os projetos pedagógicos das graduações também devem estar cadastrados. Isso traz segurança, inclusive, para os registros dos arquitetos e urbanistas recém-formados, já que é o coordenador do curso quem preenche a lista dos novos profissionais, evitando fraudes de pessoas que tentam se registrar no Conselho com diplomas falsos”, acrescentou.
Geraldine ressaltou que os coordenadores e os professores de faculdades e universidades devem ter o Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) de Cargo e Função. “Além de legalizar a situação junto ao CAU, o documento é importante para o professor demonstrar que tem vínculo efetivo com a instituição de ensino. Também serve como atestado de capacidade técnica e para formação de acervo – que é exigido em concursos para docentes, por exemplo. Sem falar que o RRT de Cargo e Função informa ao Conselho onde e como esses professores estão atuando”.
Participação de coordenadores de cursos de todo o Estado
Cerca de 30 coordenadores de cursos participaram do Fórum. O presidente do CAU/PR, Jeferson Dantas Navolar, agradeceu a presença de todos. “Este evento reúne alguns dos principais responsáveis pelo ensino de Arquitetura e Urbanismo no estado. O Conselho está aberto para ampliar e construir os debates relacionados aos desafios acadêmicos”.
O professor da Universidade Federal do Paraná, Artur Renato Ortega, veio pela primeira vez ao Fórum. “As dificuldades enfrentadas nos cursos de diferentes instituições são muito parecidas, por isso, essa troca de experiências é essencial. Outro ponto importante do nosso debate foi sobre a qualidade das graduações”, revelou.
Já a coordenadora do curso da Uniguaçu – de União da Vitória, Eliziane Capeleti, participou pela segunda vez e elogiou a organização do evento. “Houve uma grande evolução e o conteúdo desse Fórum foi bem mais rico. Vou voltar com muitos temas para debater com os meus colegas professores. Juntos podemos encontrar maneiras de aperfeiçoar a grade curricular e o Projeto Político Pedagógico do curso”.
A professora do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz (FAG) – de Cascavel, Solange Irene Smolarek, esteve em todas edições do evento e foi eleita a coordenadora do Fórum. “É normal a troca de professores nas coordenações das graduações e há também novos cursos sendo abertos no estado, mas precisamos continuar aplicando os princípios norteadores que são estabelecidos durante as nossas discussões realizadas neste encontro”.
O coordenador da CEF-CAU/PR, conselheiro Carlos Hardt, contou que uma das principais discussões do Fórum foi sobre o início da proliferação de cursos à distância de Arquitetura e Urbanismo. “Uma das características históricas da nossa formação é que a relação entre professor e aluno tem a necessidade de ser direta. O contato deve ser presencial no ato de projetar Arquitetura, Urbanismo, Paisagismo, Interiores e Restauro. No momento em que isso ocorre à distância, há uma preocupação muito grande”. Segundo o conselheiro, que também é professor da Escola de Arquitetura e Design da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, muitas entidades da área já manifestaram apreensões sobre o ensino à distância (EAD). “A lei brasileira determina que cursos presenciais podem ter até 20% da carga horária lecionada à distância, mas não existe esse limite para as graduações EAD e isso é uma contradição muito grande”.
Hardt ainda lembrou que além de fiscalizar, o CAU também zela pelo aperfeiçoamento do nível dos cursos de graduação. “A Arquitetura e Urbanismo só podem ser feitas com qualidade se a formação dos profissionais for realizada da mesma forma”, finalizou.