No mês da inauguração, Estação Antártica é tema de matéria do New York Times
7 de janeiro de 2020 |
A Estação Antártica Comandante Ferraz foi objeto de reportagem do jornal norte-americano The New York Times, no dia 06 de janeiro. Com o título “The Coolest Architecture on Earth Is in Antarctica” (Em tradução literal: “a Arquitetura mais legal do mundo está na Antártica”), a matéria apresenta a base de pesquisa da Marinha do Brasil na Antártica, que será inaugurada neste mês, como uma reviravolta na Arquitetura polar: “edificações que focavam em manter os ocupantes isolados do frio, hoje atraem arquitetos e designers que buscam levar também estética construtiva para o continente.”
O projeto da Estação Antártica começou em 2012, quando a base anterior foi destruída em um incêndio e a Marinha convocou o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) para promover um Concurso Público de Arquitetura para uma nova base brasileira na Antártida. Venceu a proposta apresentada pelo escritório Estúdio 41, de Curitiba, e assinada pelos arquitetos e urbanistas Fábio Henrique Faria, Emerson Jose Vidigal, Eron Costin, João Gabriel de Moura Rosa Cordeiro e Dario Correa Durce. “A base foi um dos projetos que conseguiu mostrar a sociedade as vantagens na realização de Concursos Públicos de Arquitetura para a escolha de obras públicas”, conforme o IAB.
A base está localizada na Ilha de Rei George, na Antártica. A construção ocupa uma área de 4.500 metros quadrados e poderá hospedar 64 pessoas, além de contar com 18 laboratórios.
Algumas medidas foram tomadas para adaptar a base as condições climáticas do local. Para ficar acima da densa camada de neve, que se forma no inverno, o prédio recebeu uma estrutura elevada. Os pilares de sustentação pesam até 70 toneladas e deixam o centro de pesquisa a mais de três metros do solo. O clima foi um dos maiores desafios dos arquitetos do projeto. “O Brasil é um país tropical, então não estamos acostumados com essas condições”, afirmou Emerson Vidigal, um dos responsáveis pelo projeto, ao New York Times.
“Como arquitetos, estamos preocupados com o conforto humano, então nos propomos a criar o tipo de atmosfera que promoverá bem-estar”, complementou o arquiteto.
A nova base Comandante Ferraz também foi construída com objetivo de reduzir ao máximo a agressão ao meio ambiente e por isso 30% da energia consumida no centro de pesquisa vem de fontes renováveis produzidas no local. Atrás da estação fica uma usina eólica que aproveita os fortes ventos antárticos.
Outro destaque do projeto foi a utilização da tecnologia de Modelagem da Informação da Construção (BIM, na sigla em inglês) na elaboração do projeto completo, em parceria com a equipe do escritório português Afaconsult, do engenheiro civil Rui Furtado. Segundo Emerson, o BIM serviu como ferramenta de ligação entre os arquitetos e os engenheiros do projeto, conciliando diferentes visões técnicas sobre um mesmo objeto.
Com informações da Agência Brasil
Fonte: CAU/BR