Escritório Curitibano ganha Concurso de Revitalização em Belo Horizonte
28 de maio de 2021 |
O escritório curitibano Pagus Arquitetura venceu o concurso de revitalização do Conjunto Histórico e Paisagístico da Avenida Bernardo Monteiro, na região centro-sul de Belo Horizonte. Sete propostas se candidataram e a homologação do resultado final foi publicada na metade deste mês, no Diário Oficial do Município.
“Foi fantástico. Este concurso foi realizado no começo do ano passado e, por conta da pandemia, o julgamento e a divulgação do resultado foram atrasados. Nós ficamos sabendo apenas em abril deste ano”, conta a arquiteta e urbanista Mariana Steiner Gusmão, sócia do Escritório Pagus Arquitetura, que ainda é formado pelos arquitetos e urbanistas André Bihuna D’Oliveira e Gabriela de Lima. Nesse projeto também colaborou o arquiteto e urbanista Leandro Vilas Boas. “Foi o André quem viu o resultado do concurso. Era de madrugada e ele me ligou, levei um susto, achei que tinha acontecido alguma coisa. Ele falou “Mari, a gente ganhou o primeiro lugar” Foi uma euforia só! Corri para ver o e-mail de confirmação. Por questões de regra do concurso, demoramos um pouco para divulgar a nossa conquista. Aproveitamos esse tempo para rever o projeto”, completa Mariana.
A proposta vencedora levou um prêmio total de R$ 150 mil para o desenvolvimento do projeto, conforme edital lançado em 2019. O objetivo é valorizar o espaço de fruição pública de valor histórico e cultural da Avenida Bernardo Monteiro, tendo em vista a viabilidade e sustentabilidade para a implantação, implementação e manutenção da proposta e permitir o retorno das feiras. O investimento para a implantação da proposta a ser elaborada deverá ser orçado até o teto de R$ 1 milhão.
O Projeto
O novo estudo arquitetônico, marco inicial para a realização das obras, prevê a implantação de uma etapa de transição, com resultados de curto prazo, podendo ser utilizadas, por exemplo, estruturas temporárias para suporte a trepadeiras ou outras espécies de crescimento rápido, visando à geração de áreas sombreadas, até que as copas das novas árvores venham a exercer esta função.
A comissão julgadora considerou que a proposta escolhida se destacou pelo tratamento dado às travessias de pedestres e dos cruzamentos, inclusive com estreitamento de faixas de trânsito. A conexão sugerida entre o canteiro central com as calçadas dos quarteirões vizinhos e com a praça João Pessoa também foi ponto de destaque do projeto, assim como o tratamento de três níveis de vegetação e a simplicidade de implantação e manutenção. Na elaboração do projeto serão privilegiadas espécies arbóreas que apresentem folhagem verde perene, considerando o piso em calçada portuguesa já existente.
“A gente conseguiu entender muito bem o que foi pedido. Apresentamos uma solução pés no chão e pontual, nada extraordinário. Nossas soluções são todas viáveis, sempre pensando no bem-estar dos usuários, sem falar da relação com a natureza. Respeitamos as pessoas, o meio-ambiente e a história do local. Levamos em conta ainda o custo, que também é viável”, analisa a arquiteta e urbanista.
Em 2013, o trecho da Avenida Bernardo Monteiro, entre a Avenida Brasil e a Praça Hugo Werneck, região Centro-Sul da cidade, foi severamente acometido por infestações do inseto conhecido como “mosca-branca-de-ficus”, que causaram a morte de vários dos exemplares de fícus existentes na via. O Conjunto Histórico e Paisagístico da Avenida Bernardo Monteiro é considerado patrimônio protegido pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte.
A Comissão Julgadora foi composta por Mariana Guimarães Brandão, da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Rosiele Fraga Nogueira da Matta, do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH), Patrícia de Castro Pretti, do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam), Kelle Cristina Moreira de Oliveira, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), e Rosilene Guedes de Souza, do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento de Minas Gerais (IAB-MG).
Nova força paranaense
Constituído há pouco mais de três anos, o Escritório Pagus Arquitetura já conquistou menção honrosa em um concurso na Lapa (PR) e 2º lugar no concurso para um centro cultural em Juiz de Fora (MG). A intenção dos jovens arquitetos e urbanistas é integrar a nova lista de escritórios paranaenses que estão ficando acostumados a vencerem Concursos de Arquitetura nacionais e internacionais, como Saboia+Ruiz Arquitetos, Grifo e Estúdio 41. “Trabalhamos nesses escritórios, aprendemos muito com ótimos profissionais e somos, digamos, filhotes deles. Inclusive, nosso escritório foi montado para participar de Concursos de Arquitetura. Esse prêmio é fruto da nossa dedicação, queremos continuar e chegar ao nível dos bons escritórios de Arquitetura do Paraná”, finaliza a a arquiteta e urbanista Mariana Steiner Gusmão.
Com informações da Prefeitura de Belo Horizonte.