CAU/PR lança campanha contra ensino a distância em Arquitetura e Urbanismo
16 de maio de 2022 |
O Conselho entende que a formação profissional carece de intensa relação professor-aluno em ateliês, laboratórios e canteiros experimentais das instituições de ensino superior
Assim como a medicina, o direito e outras importantes profissões, a Arquitetura e o Urbanismo são atividades relacionadas à preservação da vida e do bem-estar. Por esse motivo, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR) entende que o ensino a distância em Arquitetura e Urbanismo é uma modalidade que deve ser rechaçada, já que a formação profissional carece de intensa relação professor-aluno em ateliês, laboratórios e canteiros experimentais das instituições de ensino superior. A campanha do CAU/PR “Diga não ao EAD” é uma maneira de alertar a comunidade acadêmica e a sociedade para os riscos da manutenção desta prática.
A função primária de um conselho profissional é defender a sociedade. Neste sentido, não podemos nos furtar de ressaltar para os perigos de uma formação acadêmica deficiente, assim como alertar aos estudantes de Arquitetura e Urbanismo para a armadilha que algumas instituições estão os colocando, uma vez que o registro profissional junto ao CAU não é garantido para alunos de cursos EAD.
Ateliê de projeto, laboratórios, maquetaria, restauro canteiros experimentais, interação professor-aluno e vivência acadêmica são características que os estudantes de Arquitetura e Urbanismo só terão no curso presencial. Essas experiências são fundamentais para a formação desse profissional indispensável para a sociedade.
Tanto os arquitetos e urbanistas como os estudantes sabem que cada projeto é único. A paisagem na cidade não se repete, mesmo em projetos iguais (apartamentos por exemplo), a Arquitetura de Interiores fornece soluções inovadoras e exclusivas. Isso acontece desde a microescala até a macroescala, desde o planejamento de bairros, até o de cidades. É uma característica fundamental e inerente ao trabalho do arquiteto e urbanista, já que cada família, região ou local tem uma demanda diferente. A capacidade de entender todas essas características só é possível num ensino presencial, em ateliês e por meio de orientação individualizada. O “ensino enlatado”, gravado e repetido igualmente para qualquer lugar do Brasil não gera as habilidades necessárias e a segurança para a sociedade na contratação de profissionais.
Ainda em 2017, a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA) publicou uma carta aberta contra o ensino a distância para a graduação. Nela, a entidade reforça que sempre discutiu novas ferramentas de linguagem e expressão, entre elas a utilização de recursos tecnológicos para o ensino. Porém, enfatiza que as condições físicas e espaciais das salas de aula proporcionam maior pluralidade e o exercício de diferentes tipos de linguagem, expressão, prática, pesquisa, concepção e desenvolvimento que fomentam o processo criativo. O Ateliê de Arquitetura e Urbanismo é, segundo a ABEA, o espaço facilitador para a construção coletiva do conhecimento, é o espaço que permite a integração professor/aluno e aluno/aluno. Além disso, cursar Arquitetura e Urbanismo na modalidade EAD não garante o registro profissional no CAU.
A luta contra o EAD não é pela reserva de mercado, mas uma batalha pela segurança da sociedade e das cidades. Um ensino 100% à distância não é capaz de proporcionar a formação adequada ao profissional. A prática é indispensável no aprendizado da Arquitetura e Urbanismo e isso se dá nos ateliês e nos laboratórios do curso presencial.
A campanha “Diga não ao EAD” do CAU/PR, faz parte de um movimento nacional das entidades e Conselhos de Arquitetura e Urbanismo de todo Brasil, sendo um manifesto de proteção da sociedade, por entender que a formação profissional via esta modalidade de ensino tem deficiências, e representa um risco para todos.
Participe da campanha e compartilhe nossas publicações pelas redes sociais. “Diga não ao EAD!”
*Milton Zanelatto – presidente do CAU/PR.
Com certeza digo não ao EAD. Durante a pandemia , minha filha que é estudante de arquitetura teve as aulas em EAD, pudemos notar como é péssima e sem qualidade esse tipo de ensino.
Parabéns ao CAU por prezar pela qualidade e juntos vamos lutar e DIZER NÂO AO EAD.
Não compete ao conselho a intromissão nas formas de ensino das universidades, compete apenas ao ministério. Ao invés de querer retroagir ensino, poderiam encontrar formas de aprimorar o arquiteto e não tratar ensinos com preconceito, tem tanto profissionais ruins do ensino presencial, mas ninguém reclama, já sabemos o porque o cau rechaça tanto o ensino ead, tão somente pela perda de poder em lecionar nas universidades. Se tivessem tão preocupados com a qualidade do arquiteto, então por que ao inves de impedir os graduados, nao laçam prova para obtenção do credenciamento? Não pensaram nisso pois como falei, tem interesse financeiro e o interesse de manter o poder dentro das universidades.
O EAD veio para possibilitar o estudo àqueles que não tem uma instituição em sua cidade ou proximidades. Porém algumas disciplinas práticas PRECISAM SER MINISTRADAS PRESENCIALMENTE, falo isso por experiência própria, visto que ministro aulas há treze anos e pude experimentar as duas modalidades de ensino: presencial e EAD (durante a pandemia).
Contudo o que tenho percebido é que o EAD tem sido uma prática em favor das Instituições de Ensino Superior Privadas, pois muitas aderiram ao “apostilado” e com aulas gravadas que, como bem sabemos, são materiais e gravações utilizados ano após ano, sem adequações e/ou reedições, logo o EAD torna-se uma prática bastante lucrativa para tais IES ao manter o valor da mensalidade e diminuir drasticamente seus gastos.
Acredito que a modalidade híbrida com disciplinas teóricas a distância, as práticas presenciais e as que envolvem CÁLCULO com encontros para tira dúvidas seria o mais relevante.
NÃONÃONÃONÃO!!QUER SER PROFISSIONAL VÁ PRO BANCO D ACADEMIA DE SEG. A SEXT DAS 19.HRS ATÉ 23.00 DURANTE 5ANOS. AINDA É POUCO, DEVE SE CRIAR LEIS QUE PROIBAM ESSA PSEUDO FORMAÇAÕ.