Exibição do documentário Tudo é Projeto reúne mais de 600 pessoas em Maringá
27 de abril de 2018 |
Mais de 600 pessoas foram até o Teatro Regional Calil Hadad, em Maringá, para a exibição gratuita do documentário Tudo é Projeto, que fala sobre a obra e a vida do arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha, vencedor do Prêmio Pritzker de 2006. “Foi o maior público que viu o longa-metragem até agora e a maior plateia que já me ouviu. Isso me proporcionou uma grande satisfação”, disse Joana Mendes da Rocha, diretora do filme e filha do reconhecido arquiteto e urbanista.
Organizado pelo Núcleo Maringá do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Paraná (IAB-PR), o evento foi promovido neste mês pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR) e teve o apoio da Secretaria Municipal de Cultura.
Além arquitetos e urbanistas e de estudantes da cidade, acadêmicos de Cianorte, Umuarama, Paranavaí e Londrina foram de ônibus até a cidade canção para participar da sessão de cinema. Vale ressaltar que muitos profissionais de outras áreas também compareceram, como artistas plásticos, músicos, engenheiros e historiadores. “O documentário não é dirigido apenas para o público de arquitetura. Qualquer pessoa pode assistir porque o meu pai fala de coisas que vão além da profissão. É o modo de refletir dele, que pode iluminar os pensamentos de outras pessoas”, completa Joana. Depois da exibição da película, ela ainda participou de um bate-papo com público.
Lançado no final do ano passado, Tudo é projeto já recebeu importantes reconhecimentos, como o Prêmio de Público da Mostra Internacional de Cinema e o Prêmio do Festival de Filmes de Arquitetura, e foi exibido em Portugal, na Turquia, em Cuba, na Argentina, na Suécia, na Holanda, na Itália e na Eslováquia.
“Foi uma grande oportunidade para divulgar a arquitetura para a sociedade. Sem dúvida, o Paulo Mendes da Rocha é o maior arquiteto brasileiro vivo e tem uma importância não só como profissional, mas como um dos grandes pensadores da nossa época”, afirma o arquiteto e urbanista Vinícius Alves de Araújo, que estava no Teatro Calil Hadad.
Opinião dividida com a arquiteta e urbanista Érica Bernadé. “O filme desmistificou a figura do Paulo Mendes da Rocha. Muitos acham que o seu trabalho está ligado somente à estética e à forma como representação arquitetônica, mas o que ele tem a dizer vai muito além disso. A sua discussão técnica sobre arquitetura acaba envolvendo quase tudo o que cerca os seres humanos, seja em aspectos culturais, históricos ou filosóficos”.
A sessão ainda teve a presença do secretário extraordinário de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá, Celso Saito, e do presidente do Núcleo Maringá do IAB-PR e professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Aníbal Verri Júnior.
O presidente do CAU/PR, Ronaldo Duschenes, também participou do evento. Na década de 1960, ele foi aluno de Paulo Mendes da Rocha na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). “Já nessa época, o professor destacava a importância de termos um Conselho próprio. O tema era parte do discurso dele. O entendimento da arquitetura é diferente do de outras profissões. A arquitetura não para, e modifica o comportamento das pessoas. Quando estamos em espaços construídos com inteligência e arte, nosso comportamento é outro. Ou seja, tudo é projeto”, define Duschenes.
Para a conselheira do CAU/PR, Mika Noguchi, o documentário foi uma lição para todos os presentes. “Esta sessão de cinema foi um marco para a área de arquitetura e urbanismo da nossa região. Até então, a gente conhecia o nosso mestre por meio de livros. Conseguimos enxergá-lo como um artista, um ser humano, homem e pai”, ressalta.
“Percebemos que a cidade de Maringá gostou muito da iniciativa. Vamos articular outros eventos nas regionais do Conselho a fim de fortalecermos ainda mais a nossa profissão”, finaliza o conselheiro do CAU/PR, Jeferson Hernandes.