CAU/PR propõe grupo de trabalho para aplicar metas da COP 21
17 de abril de 2016 |
“As cidades brasileiras e as metas da COP 21” foram o tema da palestra do presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR), Jeferson Dantas Navolar, que ocorreu nesta terça-feira (12), no Instituto de Engenharia do Paraná (IEP). Acompanhado de café da manhã, o evento foi aberto para arquitetos e urbanistas registrados no Conselho.
Integrante da delegação oficial brasileira, Navolar falou sobre a contribuição nacional na 21ª Conferência do Clima (COP 21), que foi realizada no final de 2015, em Paris. O principal objetivo do encontro de líderes mundiais foi costurar um novo acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, reduzindo o aquecimento global e limitando o aumento da temperatura no planeta em 2ºC até 2100. O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões desses gases em 37% abaixo dos níveis de 2005 até 2025.
O presidente do CAU/PR citou a carta encíclica “Laudato Si” – em que o Papa Francisco expressa o cuidado com a “Casa Comum”; fez um breve histórico desde a Revolução Industrial (1760) focado no aumento global da temperatura de 13.68ºC, na década de 1881-1890, para 14.47ºC, na década de 2001-2010; e ainda mencionou o exemplo de industrialização de Cubatão (SP), que foi considerada pela Organização das Nações Unidas a cidade mais poluída do planeta na década de 1970 e que, atualmente, tem o controle de 100% da emissão de gases tóxicos no município.
Por fim, Navolar apresentou a sugestão da criação de um fórum de discussão e estudo no Paraná para levantar e reconhecer novas propostas para as cidades, principalmente as que podem ser implementadas pelo poder público por meio de decretos, leis e planos diretores e, também, pela iniciativa privada com a produção e consumo de novos produtos. A intenção é envolver associações, instituições de ensino, sindicatos, federações (empresariais e de trabalhadores), legisladores, organizações não-governamentais e órgãos financiadores a fim de contribuir para alcançar as metas estabelecidas no Acordo de Paris. “Os arquitetos e urbanistas e os engenheiros, além de outros agentes da sociedade, têm uma grande responsabilidade para isso dar certo. Algumas das formas de buscar esse objetivo são a viabilização de projetos baseados em energias limpas, o incentivo a modais alternativos de transporte e a adoção de práticas responsáveis de gestão urbana, entre outras”, afirmou Navolar.
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Participação das entidades locais num tema global
Durante a palestra, o conselheiro do CAU/PR e coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Guarapuava, Rafael Sindelar Barczak, falou sobre a urbanização das cidades. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 84% da população do país é urbana. “Trouxemos para o debate local um tema global. Precisamos encontrar maneiras para que o Brasil cumpra com o que foi prometido no acordo da COP 21. Enquanto entidades e planejadores das cidades temos a missão de contribuir decisivamente com resultados reais para essa agenda mundial”, disse Barczak, que também é mestre em gestão urbana.
Depois das apresentações, o público presente fez algumas perguntas para os palestrantes. A engenheira ambiental Larissa Carréra estava na plateia da sala de eventos do IEP. “Fiquei impressionada com envolvimento das entidades de profissionais de arquitetura e da engenharia para a redução da emissão de gases de efeito estufa. É algo que parece estar longe da gente, mas precisamos encontrar maneiras práticas para colaborar com isso. Cada profissional deve encontrar uma forma de contribuir com as metas definidas na COP 21”, completou a Larissa.
O presidente do IEP, Nelson Luiz Gomez, ressaltou que o tema da palestra é essencial para qualquer cidadão do mundo. “Esse debate é de suma importância e de alta relevância para que as pessoas se conscientizem e atuem em prol da criação de um ambiente global sustentável”, finalizou Gomez.