Declarada Reserva da Biosfera, Serra do Mar encantou até Imperador
4 de janeiro de 2017 |
Refúgio de quatis, furões, ouriços, tatus, macacos, gaviões, pica-paus, jacus, tucanos, jaguatiricas e inclusive de onças-pintadas, a Serra do Mar Paranaense foi reconhecida pela Unesco, em 1992, como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Assim como no ano passado, a ONU declarou Patrimônio Cultural da Humanidade o Conjunto Arquitetônico da Pampulha – um dos cartões-postais mais representativos de Belo Horizonte, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, em 1943 (saiba mais).
Localizado entre o planalto de Curitiba e o litoral do estado, o sistema montanhoso de quase mil metros de altitude é um dos trechos mais preservados da Mata Atlântica do Brasil.
Dedicado às questões que envolvem o meio ambiente, o conselheiro do CAU/PR, Orlando Busarello, lembra que a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica também abrange outros estados com áreas remanescentes de Floresta Atlântica como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro. “A Reserva é um instrumento importante de planejamento que possibilita ações permanentes orientadas para o desenvolvimento sustentável, conservação da biodiversidade e pesquisa científica. O ecossistema da Serra do Mar no Paraná é representativo para o Brasil e para o planeta”, ressalta Busarello, que foi presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas – Núcleo Paraná.
Encantamento do Imperador
A Serra do Mar, considerada historicamente como o grande obstáculo entre a capital e Paranaguá, foi vencida por três caminhos: o do Arraial, com oito léguas; o do Itupava, com 12 léguas; e o da Graciosa, com 14 léguas; todos originários de antigas trilhas indígenas. Mais extenso, porém menos íngreme, o último caminho virou a Estrada da Graciosa, tornando-se carroçável em 1873, sendo a única estrada rodoviária entre o litoral e Curitiba até 1968, quando o trecho da BR-277 foi inaugurado, passando o caminho da Graciosa à condição de via turística.
Em uma visita ao Paraná, no ano de 1880, o Imperador do Brasil D. Pedro II percorreu a Serra do Mar pela Estrada da Graciosa e descreveu com encantamento a beleza da região em suas anotações. “Forma o Porto de Antonina como um lago rodeado de montanhas… A Serra da Prata oferece-se majestosa no fundo da paisagem… no alto da serra a vista é ainda mais bela. O pôr do sol dava-lhe cores admiráveis… o céu estava semeado de nuvens de ouro”, descreve poeticamente o registro datado de 20 de maio.
Concurso viabilizado pelo CAU/PR revitalizou praça de Antonina
Recentemente, a Associação de Defesa do Meio Ambiente de Antonina (ADEMADAN) promoveu um concurso na cidade para revitalizar a Praça Feira-Mar (Praça Romildo Gonçalves Pereira). Viabilizado pelo Edital de Chamada Pública de Apoio Institucional do CAU/PR (leia mais), o Concurso de Ideias de Arquitetura foi coordenado pelo arquiteto e urbanista Ormy Leocádio Hütner Júnior. “Esse concurso propiciou à comunidade local o entendimento do papel protagonista do arquiteto e urbanista como agente de transformação e preservação da paisagem natural e antrópica. Os critérios foram o respeito ao meio ambiente, por meio da preservação da paisagem natural e urbana, incentivo ao uso de construções com foco em sustentabilidade e soluções utilizadas em infraestrutura verde urbana. Assim, o certame mostrou que a cidade tem muito a ganhar com iniciativas como essa”, exemplificou o ex-presidente do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas no Estado do Paraná.